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Foto do escritorMarcos Rodrigues

Curiosidades sobre o esgotamento sanitário no Brasil

De acordo com o Atlas de Esgoto do Brasil, 45% da população brasileira não possui acesso à rede coletora, tampouco ao tratamento do esgoto doméstico. Em números, isso quer dizer que são 95 milhões de Brasileiros sem esgotamento sanitário.


"95 milhões de brasileiros ainda não possuem esgotamento sanitário adequado"

Mas ai você se pergunta, o que é o esgoto e por que é importante tratá-lo?



Não, o esgoto não é um par de óculos no meio de britas, terra, e rios, apesar de ser lançados nos rios. De maneira geral o esgoto doméstico é uma água que recebe impurezas das mais variadas naturezas, sólidos, líquidos, pastosos, enfim, podendo ser nocivas ou não à saúde humana e ao meio ambiente, por isso a necessidade em fazer o seu tratamento.


Para se ter uma ideia dos problemas que não tratá-lo pode causar, basta pensar um pouco na história de rios que sofreram uma tremenda degradação por conta da urbanização e por receberem o esgoto bruto. Um exemplo aqui do Brasil mesmo é o Rio Tiête em São Paulo, e eu nem preciso detalhar o por quê.



Outro exemplo é o Rio Tâmisa na Inglaterra, que de uns anos para cá vem sofrendo intervenções para a recuperação da vida aquática. Pasme, foi um rio considerado biologicamente morto, e que recebia altas cargas de esgoto sem nenhum tipo de tratamento. Além do mau cheiro, antigamente eram comuns as epidemias de cólera nas regiões próximas, ou seja, um problema sanitário tremendo.


Para quem não sabe, a cólera é causada por uma bactéria e cujos sintomas são diarreia grave e desidratação e precisa ser tratada com urgência.



Aqui no Brasil, pôde-se presumir que a preocupação com o saneamento e esgoto teve origem lá em 1942 com a criação do Serviço Especial de Saúde Pública (SESP), a qual posteriormente deu lugar a Fundação SESP. Em 1971 foi criado o Plano Nacional de Saneamento e em 1995 houve a criação do Programa de Modernização do Setor de Saneamento (PMSS). Contudo, apenas com a criação do Ministério da Cidades em 2003, é que foi possível a criação da Lei Federal nº 11.445/2007, responsável pela Política Nacional de Saneamento Básico e agora, recentemente em 2020, o Novo Marco do Saneamento foi aprovado no país, instituído pela Lei Federal nº 14.026/2020, traçando novas diretrizes para o saneamento no país.



Veja, mesmo com quase 80 anos de preocupação, ainda temos um percentual significativo de pessoas que não tem acesso a um esgotamento sanitário adequado.


Desta forma, para que o esgoto seja tratado ele passa por uma série de estruturas até o seu descarte nos corpos hídricos, de maneira a causar o menor impacto ambiental possível. Vai desde a rede coletora nas cidades, que é aquela que recebe o esgoto das casas, comércios, etc, e vai até a estação de tratamento de esgotos (ETE), na qual acontece os tratamentos preliminar, primário, secundário e quando necessário o terciário e assim é descartado de maneira correto atendendo aos limites da legislação. Mas esse assunto fica para os próximos posts do Blog.


Para finalizar, temos um grande desafio pela frente e dependemos de uma boa gestão do saneamento, principalmente relacionada a esgoto para atingir a universalização desse sistema. Além disso, tratar o esgoto também nos auxiliaria no combate às crises hídricas (leia o nosso post sobre o tema em: https://www.mfurb.com.br/post/crise-h%C3%ADdrica-brasileira) por exemplo. Portanto, não deixe de ficar atento às demandas relacionadas ao sistema de esgotamento sanitário da sua cidade, nossa participação é fundamental para obtermos do Poder Público o que é um direito nosso.



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